Bêbados
Se não são os bêbados os mais lúcidos, quem são? L.C.M.
Sou só um homem. E o que isso quer dizer, afinal de contas? Para responder qualquer baboseira esotérica, chamem um xamã. Não, um xamã não; alguém mais inútil, quem sabe um pastor, daquele tipo que faz um bem danado. Ali, do outro lado da rua, um homem no chão, um homem de terno. Quem sabe ser homem é só saber usar pano para se cobrir e para se dizer de ali ou de lá. Homens, para que os quero? Quem disse que quero? Talvez seja isso, no fim das contas: se identificar com aquilo que mais odeia e que mais ama. L.C.M (original do dia 02/06/2018)
Vermelho
Após desbravar discursos turvos dos bravos laureados ocupantes das cadeiras enfeitadas de insegurança, deparei-me com o louco, o animal, e, como todo privado, gostei. Há tempos não via por estas bandas um pouco de sangue e, imaginem só, de repente, eu, um macaco perdido no cosmos, num verdadeiro deserto de vozes fantasmagóricas, encontrar um fragmento de vida vermelho. Doutos dos doutos, belos farsantes, onde estão os doutos das matérias mundanas? Daquele mundo que na infância vivi. Será que os doutos dos doutos, supérfluos como são, se aproveitaram da doutrina dos inocentes?
Se não se pode ver os sábios, apenas feiticeiros, só se trata de ambiente. Sei que, nas lacunas, como o sangue que por trás das palavras está encoberto, eles também estão, nutrindo-se daquilo que ainda é real.
E que a luta continue.
L.C.M (original do dia 02/06/2018)
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