Tabu

Ingenuidade minha achar que os problemas do mundo não estavam no berço. Tudo que te oprime e te falta só reproduz o ninar da infância. Ser livre é possível? Se sou as próprias cordas que me amarram. De laço em laço me embaraço.

Sei lá

Entre a gélida brisa noturna e o calor do meu coração, anseio por tua ternura, teu toque, teu cheiro, tua mão.
Só sei que para cada canto da rua dei lembrança tua na esperança de em teu seio morar.
E será que eu nunca havia notado os pequenos sons do teu fazer? Macios como a cama que me deito em sonhos. Detalhes, resquícios, relíquias que inundam meu ser.

Toma

Cai na rua seu crânio quebrado,
nem credo, nem crack,
sintoma não mata.
Sim, toma de graça a falta,
a causa de tanta desgraça.

Ponto

Pro trampo
um tanto tonto
de pouco sono
Espero pronto no ponto
Se o passe
não passa,
um impasse.
Peço ajuda,
prece ajuda,
velho ajuda
e eu passo.
E é tanto trabalho a troco de trapo
e, se já não bastasse,
vai que bato,
vai que caio,
mãos ao alto,
um assassinato,
o meio fio.
Afinal, o fim a troco de nada.