Texto rápido sobre milagre (publicado inicialmente em 08/01/2018)

Milagres existem, mas não são as operações de um ente de natureza diferente da nossa. São muito menos uma coisa sem causa, e até podemos dizer que são indeterminados, mas apenas no sentido de que sabemos do nosso estado atual de ignorância.

Contudo, ainda não se pode dizer que o milagre é simplesmente o imprevisto, pois há imprevistos desastrosos. É necessário que seja aprazível para aquele que não prevê.

Podemos dizer que a vida de uma criança está repleta de milagres, pois operam sobre um mundo que ainda não conhecem e, por algum motivo, talvez filogenético, têm extremo prazer em observar novos eventos e funções.

Para um adulto, o evento e suas variáveis independentes podem ser de conhecimento antigo e já não se caracterizam como um milagre. A mágica só é mágica quando não se conhecem as causas do evento; além disso, ela pode perder a graça ou até ser aversiva se continuarmos a entrar em contato com ela constantemente.

Um cientista procura milagres, os descreve e analisa, para que não se tornem aversivos e possam dar acesso a novos milagres.

Por definição, o milagre não é previsível para uma pessoa ou comunidade específica, o que não significa que o evento seja indeterminado no sentido de que não há variáveis independentes das quais ele seja função. Também deve ser aprazível para os que não podem prever; o infortúnio do inimigo é um ótimo exemplo de milagre.

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