Hoje pude ver como a verborragia virou ganha-pão, como o jargão dita o que é verdade e o que é mentira, como a superexposição do óbvio é o método mais seguro para manter determinada posição no faz de conta cotidiano.

Na verdade, o real é raro, e só aquele que compartilha do joguinho não é capaz de ver o desespero expresso em reação à dúvida legítima, aquela que desvela o autoritarismo mantido pelo discurso relativista bonitinho. Afinal, não é o poder hierárquico que persiste quando tudo é relativo?

E é assim que a banda toca: os conflituosos questionamentos sobre a veracidade ou utilidade do conteúdo são esquecidos pelas conversas ocasionais sobre a festa do fim de semana. Não há mais profundidade; tudo se baseia em aprender frases de impacto, que serão moeda de troca em ocasiões específicas.

É nesse sentido que me agrada ver o feio, o errado, o chato, pois me dá medo como as pessoas sempre se entendem e completam os comentários umas das outras. - L.C. M. (texto originalmente publicado no dia 06.11.2016)

Nenhum comentário:

Postar um comentário